Tesouro Direto: O Que é, Como Funciona e Como Aplicar na Prática

15 agosto 2020

O Tesouro Direto é uma aplicação de renda fixa que pode substituir a poupança. Saiba mais sobre ele e veja como investir no Tesouro Direto na prática!


Com a taxa de juros básica da nossa economia (Selic) nas mínimas históricas, a poupança, considerada o "investimento" favorito dos brasileiros, não tem sido uma boa opção.

A depender das estimativas de inflação, o rendimento da poupança pode ainda ser negativo.

Uma aplicação que tem se popularizado cada vez mais e pode ser uma alternativa à poupança é o Tesouro Direto, uma aplicação segura, acessível e que oferece diversas modalidades quanto a prazos e rentabilidade.

Saiba mais sobre o Tesouro Direto nesse artigo, de uma forma bem objetiva!


O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática


O Tesouro Direto é um título público de renda fixa, resultado de um programa desenvolvido pelo Tesouro Nacional (em termos simples, uma secretaria responsável pelos recursos financeiros captados pelo governo) em parceria com a bolsa de valores brasileira, a B3.


Como funciona o Tesouro Direto?

Sendo um título público, na prática, você estará emprestando o seu dinheiro para o governo que o utilizará para as suas atividades (infraestrutura, saúde, educação e etc.), em troca de uma remuneração pelo empréstimo desse dinheiro (compra do título).

O valor mínimo para aplicar no Tesouro Direto é de apenas R$30,00, tornando esse investimento bastante acessível aos pequenos investidores.

Assim, basta comprar o título pelo próprio site do Tesouro Direto ou por meio de um home broker (plataforma de negociação das corretoras) que você terá a posse do título e, portanto, terá direito à rentabilidade dele.

Apesar da facilidade, é preciso se atentar a alguns detalhes muito importantes na hora de aplicar no Tesouro Direto. Veja as principais características desse investimento:


Rentabilidade


O Tesouro Direto é uma aplicação de renda fixa, logo, no cenário de baixas taxas de juros, não é possível esperar uma rentabilidade exorbitante com essa aplicação.

Isso porque, sendo de renda fixa, a rentabilidade do título está sempre relacionada às expectativas das taxas de juros ou atrelada à taxa Selic, atualmente em 2% ao ano.

Entretanto, uma característica interessante desse título é a variedade, pois você pode optar por um título com rendimento atrelado à inflação e/ou com uma taxa prefixada, com diferentes prazos de vencimento.

Essas opções podem ser bastante vantajosas caso a previsão seja de inflação alta para os próximos anos e/ou baixa taxa de juros, respectivamente.

Sendo assim, o Tesouro Direto tem três modalidades de rendimento:

Guia Rápido: O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática
Fonte: Tesouro Direto

  • Prefixado
    : você faz a aplicação e recebe o valor investido + rentabilidade prometida na data do vencimento;
  • Prefixado com juros semestrais: nessa modalidade, a rentabilidade ainda é a definida no momento da compra, contudo, o investidor recebe rendimentos semestralmente (e pode reinvesti-los);
  • Pós-fixados: a rentabilidade do título é corrigida conforme as variações do seu indexador (Taxa Selic ou inflação).

Você não sabe qual título escolher? Utilize o simulador do próprio Tesouro Direto.


Liquidez


O Tesouro Direto tem liquidez diária, sendo assim, você pode solicitar o resgate do seu título a qualquer momento (respeitando o horário de funcionamento).

Visto que a rentabilidade contratada no momento da compra é garantida se mantida a aplicação até o seu vencimento, no caso de resgate antecipado, o título é recomprado pelo Tesouro Nacional pelo valor seu de mercado na data da transação.

"Quando você resgata antecipadamente um título público, o preço é calculado pelo Tesouro Nacional com a aplicação de uma outra taxa, chamada de spread, sobre o preço de compra no caso de resgate antecipado". Fonte: site Tesouro Direto.

O valor de mercado pode depender de alguns fatores, dentre eles, a variação das taxas de juros:

Variação do Preço dos Títulos noTesouro Direto

Já a data em que o dinheiro cairá na sua conta após o resgate é definida por cada instituição.


O Tesouro Direto é seguro?


Ele é considerado como o investimento mais seguro do país, pois é garantido pelo Tesouro Nacional (governo).

Sendo assim, o seu dinheiro está seguro nessa aplicação.


Custos para investir no Tesouro Direto


Existem alguns custos envolvidos em aplicar no Tesouro Direto e é imprescindível ao investidor conhecê-los.

  • Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF)
Esse imposto incide sobre os rendimentos da aplicação, caso o título seja resgatado antes de 30 dias de liquidação (data em que o dinheiro foi efetivamente movimentado para a aplicação).

Se você resgatar o título após 30 dias, estará 100% isenta desse imposto.

  • Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF)
Não é possível escapar desse tributo, contudo, a alíquota do Imposto de Renda incidente sobre o Tesouro Direto é regressiva: isso quer dizer que, quanto mais tempo você mantiver o investido, menos pagará de tributo.

Veja as alíquotas na tabela abaixo:

Tabela de Incidência Imposto de Renda no Tesouro Direto


  • Taxa de Custódia (B3)
Como citado na introdução, a bolsa de valores brasileira (B3) também está envolvida na venda de títulos do Tesouro Direto.

Assim, a B3 cobra uma taxa de custódia de 0,25% ano pela guarda dos seus títulos e também pelas informações e movimentações dos saldos. Essa taxa é cobrada sobre o valor dos títulos, e não sobre os rendimentos.

A exceção é apenas para o Tesouro Selic que, a partir de 01/08/2020 está isento da cobrança dessa taxa pela B3 para os investidores que detém até R$ 10.000,00 investidos no Tesouro Direto. Acima desse valor, a taxa incide apenas sobre o excedente aos R$10.000.


  • Taxa de administração e custódia (bancos e corretoras)
Essa cobrança é determinada por cada instituição, entretanto, a maioria dos bancos e corretoras (especialmente independentes) praticam taxa zero para o Tesouro Direto.

Mesmo assim, não deixe de tirar a dúvida na hora de investir.

Acesse também o nosso artigo sobre como abrir conta e escolher uma corretora de valores, onde citei algumas que cobram taxa zero para o Tesouro Direto.

Ressalta-se que todos esses custos são retidos pela própria instituição onde você investiu, logo, você não tem nenhum trabalho para sair pagando esses custos. Tudo é feito de forma automática.


Como aplicar no Tesouro Direto na Prática


A aplicação no Tesouro Direto é feita de forma 100% digital e você pode aplicar direto pelo site ou aplicativo do Tesouro Direto ou pela plataforma de negociações da sua corretora ou banco.

Assim, é necessário ter conta em um banco ou corretora habilitada.

Para saber quais são as instituições habilitadas a oferecer títulos do Tesouro Direto, basta acessar esse link e conferir a lista de bancos e corretoras no próprio site.

Essa lista de instituições também exibe as taxas praticas pelos bancos e corretoras para o Tesouro Direto.

Nesse exemplo, eu vou comprar os títulos utilizando minha corretora (a Clear), pois é onde já concentro as minhas aplicações.

  • Acesse a sua conta na corretora com CPF, senha e data de nascimento. No meu inicial, à esquerda, Clique em "Renda Fixa"
Guia Rápido: O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática


  • Abrirá uma tela com as opções de investimento disponíveis. Clique nas opções para ver mais informações (investimento mínimo e carência, por exemplo). Clique em "Aplicar".
Guia Rápido: O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática



  • Por fim, basta ajustar a quantidade de títulos ao seu poder de compra (qual a % do título você adquirá), digitar sua assinatura eletrônica e novamente clicar em "Aplicar".
Guia Rápido: O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática


Lembre-se de que esse artigo não é uma recomendação!

Visto que a liquidação do título será em D+1 (no próximo dia útil), é necessário que você tenha saldo na sua conta na corretora nesta data. 



+ Gostou das dicas? Aproveite para salvar o infográfico?

Infográficos para Pinterest Guia Rápido: O Que É Tesouro Direto, Como Funciona e Como Aplicar na Prática



Considerações Finais


O Tesouro Direto é um título público de renda fixa, o que significa que você estará emprestando o seu dinheiro para o governo que, em troca, te pagará uma remuneração com base na taxa de juros da economia.

Essa rentabilidade pode ser prefixada, pós-fixada e, ainda, atrelada à inflação.

Dessa forma, há bastante variedades de aplicações no Tesouro Direto e que podem se adequar a vários objetivos de médio ou longo prazo, em geral.

Além disso, o investimento também é bastante acessível, visto que o valor mínimo para investir no Tesouro Direto é de R$30,00.

Uma vantagem interessante para quem quer substituir a poupança pelo Tesouro Direto é a liquidez diária, que permite o resgate da aplicação a qualquer momento.

Não obstante, aplicar no Tesouro Direto é bem simples: você pode fazê-lo direto pelo site o app do Tesouro Direto, mas também é possível investir por um banco ou corretora habilitada.

Quanto aos custos dessa aplicação, tem-se:
  • IOF regressivo em caso de resgate do investimento antes de 30 dias, contados da data de liquidação;
  • Taxa de Custódia da B3 de 0,25% ao ano, com isenção apenas para o Tesouro Selic até o valor de R$10.000 em "estoque";
  • Imposto de Renda Retido na Fonte com alíquota regressiva: quanto mais tempo mantiver o investimento, menor a alíquota;
  • Taxa de Administração ou Custódia cobradas pelas corretoras, porém a maioria das instituições praticam taxa zero.

Apesar de que talvez você julgue que existem muitos custos envolvidos no Tesouro Direto, ressalto que isso não deve ser um entrave para que você comece a investir, visto que você pode se isentar de praticamente todos esses custos.

O único valor que realmente é significativo é o Imposto de Renda, contudo, ele incide apenas sobre os rendimentos, logo, você não pagará um valor tão alto assim.

Ademais, o Tesouro Direto é realmente bastante interessante principalmente ao investidor conservador, dado o seu baixo risco, e também porque democratiza o acesso aos investimentos no Brasil.

Eu não sou muito fã da renda fixa mas provavelmente farei mais aportes nesse tipo de aplicação. Agora me conta você: você já investe no Tesouro Direto?



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2 comentários:

  1. Muito legal este post Lais!!

    Adoro o tesouro como caixa e reserva de emergência, pode parecer menos atrativo com a Selic tão baixa mas é de pensar que ela não ficará baixa para sempre e que a liquidez diária e a segurança do TD são ferramentas perfeitas para geração de riqueza capital.


    Parabéns pelo post, adorei o infográfico também, espero logo logo conseguir desenvolver infográficos de tão alta qualidade.

    Abraço.

    Math - Ir finanças

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada pelo comentário, Math!

      Concordo, é bom ter algo mais conservador na carteira.

      E sobre o infográfico, até gostaria mas não posso levar o mérito hahaha
      Alguns até são idealizados por mim, mas esse é de template do Canva (www.canva.com). Não sei se você já utiliza essa ferramenta, mas otimiza muito tempo na parte de design!

      Excluir

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